sexta-feira, 8 de maio de 2009

A evolução da web

A mais simples e praticamente óbvia análise a se fazer do que se convencionou chamar de web 2.0 é de que a rede evoluiu. A partir dessa constatação, seria bem mais interessante analisar essa evolução e seus impactos do que buscar, efetivamente, estabelecer diferenças/antagonismos entre um ciclo e outro.

Evidentemente, o maior avanço foi a participação do internauta como gerador de conteúdo e não somente como público final, consumidor de um material já pronto. A web 2.0 deixou de ser uma via de mão única, passando para uma via de mão dupla. A informação, agora, vai até o público e vem do próprio público.

A partir de novas ferramentas e do acesso cada vez maior à rede, estabeleceu-se um processo de troca de informações. Nessa etapa, cresceu também a exigência de uma informação de qualidade e, sobretudo, confiável. Atualmente, um conteúdo pode ser contestado ou complementado no ato de sua publicação e, muitas vezes, corrigido em uma velocidade nunca antes vista.

Da mesma forma, o cuidado com a checagem de informações ganha em importância: antes de publicar qualquer conteúdo advindo do “outro lado”, é preciso confirmar a veracidade dessas informações.

Ao perceberem a crescente demanda de voz de seus públicos-alvo, os veículos de comunicação de massa abriram, e continuam a abrir, canais para a participação dos leitores. Seções de interação como reportagens, textos, artigos, fotos e vídeos enviados por leitores/cidadãos comuns, e até comunidades, vêm ganhando mais espaço diariamente. Os fóruns e as enquetes em tempo real reforçam esse conceito.

Graças à evolução da web, um antes impensável veículo como o Ohmynews, cujo conteúdo é gerado apenas por seus leitores, surgiu, consagrando a máxima de que “todo cidadão é um repórter”. Ou pelo menos tenta sê-lo.

Ao mesmo tempo, a utilização de sites, com seções multimídia, está provocando uma profunda transformação no perfil dos veículos. Sites de rádios, jornais, revistas apresentam as mesmas características. Na web, a TV foi para dentro do rádio, o rádio foi para dentro da TV, o jornal para dentro da rádio e da TV e todos foram, igualmente, para dentro dos jornais.

Essa padronização abre espaço e rompe barreiras, permitindo que cada veículo explore novas possibilidades e avance numa nova direção. Há casos no Brasil, como o do Jornal O Dia, em que isso fica bem claro. O jornal lançou, dentro de sua homepage, a TV O Dia.

Nesse cenário, um novo tipo de profissional, capaz de se adaptar às constantes mudanças e evolução das ferramentas, é fundamental. No Jornal O Globo, por exemplo, um movimento iniciado há poucos anos, de forma ainda tímida, virou uma filosofia da empresa para seus repórteres: todos têm de, ou pelo menos serem capazes de, produzir conteúdo em forma de texto, áudio, fotos e vídeos. É o profissional multimídia.

Ainda em O Globo, um novo passo, que atesta essa necessidade, deve ser dado nos próximos meses: a união física da área de conteúdo online com a redação. Interatividade e agilidade são o binômio que melhor representa a web 2.0.

É nessa nova web que o leitor se torna um parceiro dos veículos de mídia e, em grande parte dos casos, uma fonte geradora de conteúdo. Os blogs, redes sociais, videoblogs, e, mais recentemente os microblogs, permitem que cada um transmita informações, opiniões e registros históricos. Esse poder de participação permite ao leitor não apenas consumir notícias. Ele questiona, argumenta e complementa o que é divulgado. Com uma vantagem que, há pouco mais de dez anos era impensável: o imediatismo.

A evolução tecnológica deve tornar esse processo ainda mais dinâmico, sobretudo com o aprimoramento dos celulares. Agora, não é mais preciso estar em frente a um computador para consumir informações e emitir opiniões. Basta enviar mensagens pelos aparelhos, que também dispõem, a cada geração, de mais recursos multimídia, como videoconferências, gravação de vídeo com qualidade de DVD, emails, navegação etc.

O próximo passo, sem dúvida, será dado nesse sentido. Uma web cada vez mais interativa e móvel. Tudo graças aos celulares, que devem substituir os computadores, sejam eles desktops, notebooks ou netbooks.

4 comentários:

  1. Fala, Pessoa! Vc está me saindo um intelectual digital de mão cheia, garoto!
    abs
    Jorge

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  2. Gostei da nossa discussão no chat e do seu blog. O que será do futuro do jornalismo com tanta tecnologia? Um grande abraço da colega Fernanda.

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  3. O post ficou ainda mais legal com as imagens. Muito bom! Abs, Fernanda.

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  4. Verdade, muito bem ilustrado, Pessoa. A propósito tenho outra questão sobre internet. Qual é o comportamento ético sobre fotos e imagens que pegamos no Imagem Google? Os direitos estão automaticamente compartilhados? Você conhece algum caso de sentença judicial que deu ganho de causa a alguém por causa de problemas com direito autoral na internet?
    abs
    Jorge

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